Criatividade no yoga

Embora tradicionalmente as posturas de yoga, ou asana, nem fossem de grande importância, servindo apenas para preparar o corpo para outras práticas, como o pranayama e a meditação, as posturas de yoga são hoje em dia a técnica do yoga mais conhecida e utilizada. A prática de yoga asana pode ser também encarada como uma forma de meditação, em que se usa o corpo e respiração como objectos de concentração ou âncoras.

Existem muitos estilos de prática com asana. Naturalmente pessoas diferentes podem ter preferência por estilos diferentes. Algumas pessoas preferem uma prática baseada em coreografias fixas, como por exemplo as séries do Ashtanga, outras preferem uma prática mais variada. De certo modo não existem práticas melhores em absoluto mas apenas práticas mais adaptadas para cada pessoa. E, como disse Krishnamacharya, o mesmo yogi não ensina sempre da mesma maneira ao longo da sua vida, ou da mesma maneira a todas as pessoas.

No fundo, cada professor ou praticante de yoga asana acaba ao fim de algum tempo por criar um estilo diferente. Embora seja fundamental a aprendizagem de uma técnica de yoga asana com alguém mais experiente, consideramos natural e desejável que um praticante experiente, seja criativo na sua prática, ao invés de se forçar a uma prática fixa. Uma forma de criatividade na prática de asana é a elaboração de coreografias, ou sequências de posturas de yoga. Além das posturas escolhidas numa coreografia, o praticante pode também experimentar com as transições entre posturas, que podem ser mais suaves ou mais rápidas, com a variação do ritmo na coreografia, alternando entre permanências maiores e uma prática mais dinâmica, permitindo enfim uma expressão autêntica e observação do que vai dentro de si, em vez de se forçar a algo pré-definido. É isto que fazemos diariamente na nossa prática e nas nossas aulas.

Ainda mais importante que a criatividade visível na prática de posturas de yoga é a criatividade no modo como respondemos ao que se passam dentro de nós, que envolve uma observação e experimentação com o nosso corpo, mente e coração enquanto praticamos.